Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
20 de Abril de 2024

Crime da 113 Sul: STJ nega recurso de Adriana Villela, que vai a júri

Por quatro votos a um, a sexta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou o recurso especial impetrado pela defesa de Adriana Villela e manteve o julgamento dela pelo Tribunal do Júri de Brasília

Publicado por Dayany Louredo
há 5 anos

Por quatro votos a um, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou o recurso especial impetrado pela defesa de Adriana Villela e manteve o julgamento dela no Tribunal do Júri de Brasília. Ela responderá por triplo homicídio. A arquiteta é suspeita de ser a mandante do assassinato do pai, José Guilherme Vilella, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); da mãe, Maria Vilella; e da empregada da família, Francisca Nascimento Silva, em 2009.

A Corte entendeu que há provas da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria para levar a acusada a julgamento no Tribunal do Júri. Advogado de Villela, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, avaliou que o STJ não deveria deixar para o Júri resolver questões técnicas. "Tem um ponto que é passível de ser submetido ao Supremo, e nós vamos recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal)", adiantou o defensor de Adriana.

O promotor de acusação, Maurício Miranda, reforçou que a decisão do STJ foi dentro do esperado. "Ela vai para o Tribunal do Júri. A liminar que impedia o julgamento foi revogada, e o júri vai ser marcado", disse.

Como ocorreu o julgamento

O caso chegou ao STJ depois que a defesa da arquiteta entrou com pedido contrário à decisao do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), que determinou o julgamento da ré pelo Tribunal do Júri. Adriana responde por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, emprego de meio cruel e forma que dificultou a defesa das vítimas. O caso ficou conhecido como Crime da 113 Sul.

O ministro relator foi Sebastião Alves dos Reis, o único que acatou o pedido da defesa de Adriana Villela para ela não ir a júri. Mas, antes, ele entendeu que um dos condenados, Leonardo Campos Alves, não tinha como entrar no apartamento sem que ninguém facilitasse o acesso. "Não houve nenhuma ilegalidade da decisão do desembargador de primeiro grau, e a fundamentação foi adequada", considerou. "Não se vislumbra vício ou excesso da decisão (de primeiro grau)."

Ele também acredita que Villela estava no local do crime. "A demonstração de que a recorrente estaria lá (no local do crime) é fundamentada pela localização do celular", defendeu.

O ministro Rogério Schietti divergiu da decisão do relator. "O que temos aqui é a força da materialidade de uma prova. Não vejo como afastar a impronuncia." O magistrado considerou que o caso precisa ser tratado com cuidado, porque "se potencializa os erros cometidos na condução do processo, comete-se uma injustiça." Schietti ainda alegou que o processo foi marcado por uma "condução não usual" e reforçou que foram recolhidos mais de 2 mil depoimentos.

Presidiu a sessão o presidente da 6ª Turma do STJ, Nefi Cordeiro, que seguiu o ministro Schietti e negou acatar o recurso especial da defesa, assim como o ministro Antonio Saldanha. A ministra Laurita Vaz também rejeitou ao entender que "está perfeitamente identificado a autoria e a materialidade a implicar remessa dos autos ao Tribunal do Júri".

Acompanhou o julgamento no plenário o procurador de Justiça Leonardo Bessa. Ele estava junto de dois promotores da Coordenadoria de Recursos Constitucionais (CRC) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). "Todo Ministério Público tem essa unidade. Aqui, somos privilegiados por estar presentes. É uma instância que acompanha os recursos superiores", declarou.

Adriana é acusada de triplo homicídio, mas sempre negou as acusações. Três assassinos estão presos na Papuda, mas Adriana é acusada de ter contratado os homens para realizar o crime.

A 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tinha adiado duas vezes a avaliação do recurso de Adriana Villela. Inicialmente o julgamento estava previsto para 6 de dezembro, mas foi transferido para fevereiro devido à "complexidade do processo", segundo a assessoria de Comunicação da Corte. O julgamento ocorreria em 7 de fevereiro, mas o ministro relator Sebastião Alves dos Reis pediu vista.

A filha do casal, Adriana Villela, denunciada como mandante do crime, vive na zona sul do Rio de Janeiro. Há quase uma década ela tenta escapar de um julgamento no Tribunal do Júri por meio de diversos recursos.

Entenda o caso

Por volta das 20h de 31 de agosto de 2009, a Polícia Civil recebia a notícia do triplo assassinato em um apartamento na Asa Sul. As vítimas: o ex- ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e advogado José Guilherme Villela; a mulher dele, a também advogada Maria Villela; e a funcionária da casa, Francisca Nascimento Silva.

Após a perícia, constatou-se que o crime ocorreu dias antes, 28 de agosto, uma sexta-feira. Com uma trajetória novelesca e cercada de erros por parte da Polícia Civil, o crime da 113 Sul teve nuances de romance policial: provas plantadas, participação de uma vidente na tentativa de elucidar o assassinato, denúncia de tortura e até conflitos dentro da própria corporação.

Os três assassinos — Leonardo Campos Alves, Francisco Mairlon e Paulo Cardoso Santana — estão presos na Papuda. Juntas, as penas dos três somam 177 anos. Apenas Paulo Cardoso pode recorrer da sentença.

Fonte: Correio Braziliense

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2019/02/12/interna_cidadesdf,737033/crime-...

  • Publicações15
  • Seguidores55
Detalhes da publicação
  • Tipo do documentoNotícia
  • Visualizações118
De onde vêm as informações do Jusbrasil?
Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/crime-da-113-sul-stj-nega-recurso-de-adriana-villela-que-vai-a-juri/674794216

Informações relacionadas

Paula Argolo
Artigoshá 8 anos

Para se inspirar: conheça o perfil dos 10 advogados mais poderosos do Brasil

0 Comentários

Faça um comentário construtivo para esse documento.

Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)